Caesar DePaço “muito grato pela vida”
O atentado à vida do ex-Presidente norte-americano Donald Trump, há semanas, no estado da Pensilvânia, fez um empresário português de sucesso radicado em New Jersey regressar ao passado e reviver um episódio semelhante em que a sorte também teve um papel preponderante, tendo-lhe mesmo salvado a vida. Na verdade, as semelhanças entre a tentativa de assassinato do candidato republicano à Casa Branca e o incidente que envolveu Caesar DePaço, CEO e fundador da Summit Nutritionals International, Inc., são dignas de registo.
“O dia em que fui atingido na cabeça por um tiro de raspão no Camboja é uma lembrança que permanece vívida na minha mente”, disse o empresário, natural dos Açores, em exclusivo, ao jornal LUSO-AMERICANO. “Foi um momento de grande confusão e pânico, mas também de extrema gratidão pela vida”.
Foi durante um comício de campanha que Donald Trump seria alvo de um tiro de raspão que lhe atingiu a orelha direita. As imagens do candidato ensanguentado e de punho no ar, bradando “lutem! Lutem! Lutem!”, correram mundo e tornaram-se icónicas – raras, mesmo, no historial e na psique das eleições norte-americanas, uma vez que, dos 45 ocupantes da Casa Branca, apenas quatro foram assassinadas no exercício das funções.
Caesar DePaço era à altura professor universitário em Banguecoque, na Tailândia, quando resolvera visitar um amigo em Siem Reap, no Camboja. Corria o dia de 10 de Fevereiro de 1993. Estava num hotel do centro turístico da cidade quando, ao aperceber-se de uma situação anómala no exterior, resolve ir à janela, acabando por ser alvo de uma bala perdida que o atinge de raspão na cabeça.
A emboscada de “homens armados não-identificados de uniformes militares”, como noticiou na altura o diário norte-americano ‘Los Angeles Times’, resultou na morte de dois naturais do Camboja e no ferimento “de um turista português e outras nove pessoas”. A notícia do acontecimento correu mundo, das páginas do ‘New York Times’ a todas as agências noticiosas do mundo ocidental.
Aquela região da Ásia vivia momentos políticos conturbados no início da década de 1990, com a acção dos chamados Quemeres Vermelhos (seguidores do Partido Comunista da Campucheia, que deteve o poder na Camboja de 1975 a 1979, liderados pelo déspota Pol Pot e outros) a semear o terror.
DePaço acabaria, por partida do destino, a cair na teias da complicada situação política do país, das quais se salvaria, tendo hoje uma história mirabolante para contar…
“Foi um momento de grande confusão e pânico, mas também de extrema gratidão pela vida”, nota. “Lembro-me da sensação de choque e dor imediata após o disparo, seguida por uma série de pensamentos sobre os meus entes queridos. Apesar da gravidade do incidente, sinto-me afortunado por ter sobrevivido e ter podido continuar a minha vida com poucas sequelas físicas. Esse evento mudou a minha perspectiva sobre a vida, ensinando-me a valorizar cada momento e a nunca subestimar a importância da saúde e da segurança”.
Indagado sobre como reagiu à notícia do atentado de Donald Trump, o empresário revela ter sentido “um misto de emoções – choque, preocupação e tristeza”.
E explica: “independentemente das diferenças políticas, um acto de violência contra qualquer líder mundial é inaceitável e deve ser condenado veementemente. Lembrei-me de imediato das minhas próprias experiências com a violência e do impacto devastador que ela pode ter nas vidas das pessoas”.
DePaço diz ainda ter tido uma “reacção inicial de solidariedade para com o Presidente Trump e a sua família, esperando sinceramente que ele se recuperasse completamente. Além disso, reflecti sobre a importância da unidade e da paz em momentos de crise, destacando a necessidade de diálogo construtivo e respeito mútuo na política e na sociedade em geral”.
O empresário português é ainda conhecido pela sua vertente de mecenato, fazendo chegar milhões de dólares a causas ligadas à lei e ordem, entre outras.
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